quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cemitário de Profetas - Como colher servos para os Grupos de Oração

Tomemos em nossas mãos a Profecia de Ezequiel 37,1-10.
 
[A mão do Senhor desceu sobre mim. Ele me arrebatou em espírito e me colocou no meio de uma planície, que estava coberta de ossos.  Ele fez-me circular em todos os sentidos no meio desses ossos numerosos que jaziam na superfície. Vi que estavam inteiramente secos.  Disse-me o Senhor: filho do homem, poderiam esses ossos retornar à vida? Senhor Javé, respondi, só vós o sabeis.  Ele disse-me então: Profere um oráculo sobre esses ossos. Ossos dessecados, dir-lhes-ás tu, escutai a palavra do Senhor: Eis o que vos declara o Senhor Javé: vou fazer reentrar em vós o sopro da vida para vos fazer reviver. Porei em vós músculos, farei vir carne sobre vós, cobrir-vos-ei de pele; depois farei entrar em vós o sopro da vida, a fim de que revivais. E sabereis assim que eu sou o Senhor. Profetizei, pois, assim como tinha recebido ordem. No momento em que comecei, um barulho se fez ouvir, em seguida um ruído ensurdecedor, enquanto os ossos se vinham unir aos outros. Prestando atenção, vi que se formavam sobre eles músculos, que nascia neles carne e que uma pele os recobria. Todavia, não tinham espírito. Profetiza ao espírito, disse-me o Senhor, profetiza, filho do homem, e dirige-te ao espírito: eis o que diz o Senhor Javé: vem, espírito, dos quatro cantos do céu, sopra sobre esses mortos para que revivam.  Proferi o oráculo que ele me havia ditado, e daí a pouco o espírito penetrou neles. Retornando à vida, eles se levantaram sobre seus pés: um grande, um imenso exército.]
Ao longo desses anos em que tenho servido ao Senhor na Renovação Carismática Católica tenho constatado um infeliz paradoxo: faltam servos para os ministérios mas, todos os dias chegam pessoas novas em nosso grupos de oração e, a maioria delas, por falta de acolhimento, acompanhamento e formação, acabam abandonando os mesmos grupos e procurando outras expressões da Igreja ou abandonando a mesma. Essa é uma realidade gritante diante da qual não há como fechar os olhos e se acomodar. É preciso resgatar os profetas que o Senhor tem suscitado no meio de nós para que a Obra do Senhor não venha a perecer por falta de operários.
 
Paremos um instante e analisemos com clareza: como tem sido o acolhimento das pessoas que chegam ao nosso grupo de oração? Qual o tipo de formação que dispensamos a elas? Quais os cuidados que temos para que não vão embora? Qual o processo que uma pessoa precisa fazer até se tornar servo do grupo de oração?
 
Responder a estes questionamentos é basilar para construir um planejamento autêntico para o trabalho da Renovação Carismática que possa contemplar essa realidade da carência de operários e da falta de estrutura em formar tais operários.
 
Muitas vezes, queremos encontrar perfeição nas pessoas e acabamos nos esquecendo de nossas próprias fraquezas e da imensa misericórdia que o Senhor tem para conosco. E nessa busca da perfeição, vamos criando requisitos rigorosos para as pessoas que se aproximam e nos esquecemos de perguntar a Deus qual a vontade dele para cada alma que freqüentam nosso Grupo de Oração. Assim, incorremos no erro de pensar que já sabemos qual é a vontade de Deus, sem ao menos lhe perguntar se estamos no caminho certo, e vamos deixando que as pessoas se percam. É como alguém que contempla a água do oceano e não se apercebe que não consegue segurar a água com suas mãos.
 
Queremos evangelizar e fazemos muita coisa para que isso aconteça, mas, não somos capazes de enxergar o óbvio: perdemos mais pessoas todos os anos do que as que ganhamos em nosso trabalho evangelizador. E isso acontece porque não sabemos lapidar cada alma que se aproxima de nós. O Profeta Ezequiel só enxergava os ossos secos mas, diante da Palavra de Deus, quando ele foi obediente, o Espírito veio e aqueles ossos se tornaram um imenso exército de pessoas viventes. É isso o que o Espírito quer realizar em cada grupo de oração, quando aprendermos a descobrir a vontade de Deus para cada participante e formos obedientes à Sua voz.
 
Eu acredito numa verdade que é a seguinte: todo grupo de oração já possui, dentre seus membros, todo potencial para fazer o trabalho que o Senhor reservou para ele. Dentre as pessoas que freqüentam nosso grupo, já existem futuros pregadores, ministros de música e artes, ministros de oração por cura, intercessores etc. basta que abramos mão de nossa prepotência e passemos a enxergar com clareza a vontade de Deus para cada pessoa que está freqüentando o grupo. Isso significa interceder por cada pessoa, escutar a vontade de Deus para ela, e ensiná-la a servir ao Senhor no ministério que Ele lhe indicar. Mas, não podemos negar que isso dá muito trabalho e está aqui, o motivo pelo qual nossos grupos de oração têm se arrastado em problemas, com servos cansados e sem compromisso. A julgar pelo meu próprio grupo de oração, percebo que vamos adiando, deixando para depois, querendo ensinar as pessoas como numa escola regular, e nos esquecendo de que cada alma é única para Deus e precisa de uma formação única. É por isso, que os grupos não têm crescido tanto quanto o Senhor deseja.
 
Enquanto não enxergarmos a vontade de Deus para cada pessoa do grupo de oração e não tivermos a coragem de abrir as portas dos nossos ministérios para que estes novos irmãos possam exercer a sua missão, os nossos grupos continuarão com as mesmas dificuldades. Aqui está outro problema: temos tanto orgulho no nosso coração que não queremos deixar que outras pessoas entrem no nosso ministério, com medo de perdermos nosso lugar. Isso é o que gera falta de unidade em nosso meio.
Não deixar Deus falar sobre a vontade Dele para as pessoas do grupo, significa enterrar os profetas que surgem no nosso meio. Há muitos profetas que morrem e se afastam do grupo porque ninguém deu espaço para que a profecia surgisse e cumprisse a sua função. Por isso, muitos grupos têm ficado desestruturados. O chamado é para ressuscitar os profetas que estão como ossos ressequidos e não, para matá-los. Se temos o Espírito e formos obedientes à Sua voz veremos um imenso exército de profetas surgindo em nosso meio. Talvez seu grupo de oração esteja seco e sem vida, mas,diante da Palavra de Deus obedecida, o Espírito vem e ressuscita tudo.
 
Que o Cristo nos ensine a ser sábios na condução de nossos grupos e ministérios.
 
 


Autor: Edson Peixoto Andrade - Coord. Ministério de Música e Artes da RCC BA
 

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