terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

O CANTO AO LONGO DO ANO LITURGICO


Somos seres que vivemos no tempo, e a liturgia cristã é celebrada no decorrer dos dias, meses e anos. Nossas festas e celebrações acontecem ao longo do dia, da semana, do ano, expressando o sentido da vida humana à luz e a partir do Mistério Pascal de Jesus Cristo, que é o mistério central da nossa fé. Assim, "o ano litúrgico é o ciclo das festas nas quais celebramos, durante o ano, a obra de Cristo, a nossa salvação, sob vários aspectos." (Pe. Gregório Lutz, em "Liturgia - a família de Deus em festa" - EP, pág. 65). Cada ano, nós, cristãos, revivemos e fazemos memória dos principais acontecimentos da vida do Senhor Jesus: seu nascimento, sua morte, ressurreição, ascensão e envio do Espírito Santo... Nossa vida é marcada pelo tempo que é história da salvação: "Chegada a plenitude dos tempos, Deus nos enviou seu Filho"(Gl 4,4), que com sua Encarnação, inaugurou o novo e definitivo "tempo favorável" à salvação, até sua realização plena, na parusia.

O Ano Litúrgico dos cristãos se origina do povo judeu, que também tinha seu Ano Litúrgico, marcado sobretudo pelas festas ligadas à natureza e à vida, que sempre se tornavam religiosas, tendo como acontecimento central a saída e libertação do Egito (Páscoa), a Aliança oferecida e aceita no Monte Sinai (Pentecostes) e a festa das colheitas,  (Tabernáculos), e que se tornaram, além de outras menores,  festas memoriais, recordando e atualizando, através de ritos, palavras, gestos e cantos, a salvação realizada por Javé. Nossa liturgia cristã bebeu dessa fonte pura, aprendendo com o povo judeu a ver e celebrar no tempo a intervenção do Deus que salva, salvação esta levada à plenitude por Jesus Cristo. No Verbo Encarnado, o amor de Deus continua irrompendo em nossa história, visitando e libertando o seu povo, realizando maravilhas entre nós...


O Tempo Litúrgico tem, pois, como unidade central o Ano - tempo da graça do Senhor, tempo da plenitude, tempo da Igreja que nasce da Páscoa de Cristo, e cuja presença entre nós é para sempre: o Cristo Ressuscitado caminha conosco rumo ao Reino definitivo. O tempo da liturgia, além de se organizar pelos ciclos naturais do dia, mês e ano, destaca-se pelo ciclo cultural-religioso da semana de sete dias, tendo o domingo como referência central, pois "no primeiro dia da semana"o Senhor ressuscitou, chamado por isso o Dia do Senhorou Domingo. Assim, este "grande dia de festa" se tornou para a Igreja apostólica e para nós, hoje, um dia consagrado, onde os cristãos se reúnem para celebrar a memória da morte e ressurreição do Senhor. O domingo é o dia da nossa páscoa semanal, através da celebração da eucaristia, memorial da Páscoa de Jesus, por isso mesmo, dia de festa e alegria, antecipação do banquete eterno!

O Ano litúrgico é um caminho pedagógico-espiritual para nossa vivência cristã, um instrumento de salvação e comunhão, um meio para santificar e viver o tempo da graça do Senhor; com ele, desdobramos ao longo do ano os principais acontecimentos da vida de Jesus, partindo da sua Encarnação (Natal) e culminando na Ressurreição e glorificação (Páscoa). A partir destas duas festas básicas, foram surgindo ao longo do tempo, outras festas do Senhor, dos mártires, de Nossa Senhora... Portanto, é à luz do único mistério salvador, que celebramos e cantamos NO TEMPO a nossa redenção. Mistério profundo e inesgotável, que se desdobra no chamado Tempo Comum, e que o canto deve expressar, acompanhando o sentido do Ano Litúrgico e suas festas.

Daí a necessidade de se buscar e aprofundar a espiritualidade dos diversos Tempos Litúrgicos, para adequar a música e o canto ao mistério de Cristo, sempre o mesmo, mas vivido e celebrado de forma diferente no hoje da salvação. Para cada tempo e cada momento especial dentro do Ano Litúrgico, há gestos, símbolos, ritos e cantos próprios, que nos ajudam a mergulhar no mistério do Senhor!


Ir. Miria T. Kolling

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017


Leitura Orante do Canto
                                                              
A Igreja, sobretudo com a realização do Concílio Vaticano II, fez importante redescoberta, valorizando e recomendando a  Leitura Orante da Bíblia, também chamada Lectio Divina (= leitura sagrada, divina), uma antiga prática das comunidades judaicas, cristãs e religiosas, que aos poucos caiu em desuso, até ser recuperada nos últimos anos, cultivada principalmente entre as comunidades pobres, o povo simples e as Congregações religiosas. O primeiro volume da coleção Tua Palavra é vida (Publicações CRB - Edições Loyola, 1990)  trata do assunto, com o título A Leitura Orante da Bíblia. Uma verdadeira preciosidade, que nos ajuda na compreensão da Palavra de Deus e no compromisso com a vida, fazendo-nos voltar sempre de novo às fontes da Escritura, porque "cada dia precisamos da salvação", conforme o salmista. É uma forma de ler rezando, meditando e aprofundando a Palavra, de modo que ela se torne nova luz e nos dê  novo olhar sobre a vida e a realidade. Ler a Bíblia de uma forma viva, com atenção, espírito de fé e abertura de coração, a partir  do Cristo vivo e ressuscitado, em clima de diálogo com Deus, buscando na Palavra sentido para a história pessoal e comunitária,  é esta a essência da leitura orante.

De modo bem simples, eis a síntese do método, em quatro passos básicos: 

1 - ler e reler o texto, para conhecer e entender o que está escrito, pois ninguém ama o que não conhece; 

2 - repetir, ruminar, aprofundar e memorizar o texto, até que passe da boca para o coração, para a vida, atualizando-o em nós; 

3 - responder a Deus, deixando brotar no coração o louvor, a súplica, a ação de graças, o perdão, o compromisso, enfim o que o Senhor nos inspira como resposta, em forma de oração;

4 - saborear, curtir,  contemplar, agir, adquirir novo olhar, nova luz sobre o mundo, a vida e a realidade. Um processo dinâmico de vida inteira, que nunca se repete da mesma forma, até que seja Cristo a viver e agir em nós.  Um método que frutifica quando feito em grupo, em comunidade, mas que também individualmente nos vai modelando, o que só é possível sob a ação e orientação do Espírito Santo.  

Portanto, a leitura, meditação, oração e contemplação podem ser comparadas a quatro degraus de uma escada que une a terra ao céu, quando assim rezamos.  Esta Escada dos Monges, descrita pelo monge cartuxo Guigo, como a eles, certamente nos fará também subir da terra ao céu, porque embora sejam só quatro degraus, são de uma altura e profundidade imensas,  de modo a penetrar nas nuvens e alcançar o  Coração de Deus, fazendo-nos sentir a sua graça, experimentar a sua glória, banhar-nos em sua luz. Como é difícil a tradução  do termo, o melhor é falar de "Palavra rezada" ou "rezar a Palavra".

E o que tem a ver a  Leitura Orante  da Bíblia com o Canto Litúrgico?... Tudo! Lembro-me de uma memorável Semana de Liturgia de que participei há alguns anos, quando Ione Buyst, teóloga liturgista que faz da liturgia sua vida, partilhou conosco a feliz descoberta do método como aplicável também ao canto nas celebrações litúrgicas. Fomos todos tocados pela nova luz que se fez, e sob sua orientação, começamos a exercitar o método analisando cantos, hinos e salmos, fazendo da meditação uma experiência litúrgica.  Aprofundamos o Salmo 50 - penitencial. Marcou-me profundamente tal experiência e passei aos poucos  a cantar, interpretar,  analisar e rezar os salmos  e cânticos segundo o método da Leitura Orante, como Palavra de Deus.  A quem quer aprofundar o assunto, vale a pena conhecer a experiência, feita com uma comunidade de Osasco e descrita no livro "Pesquisa em Liturgia - relato de uma experiência"  ( Paulus).

Sabemos da importância da Sagrada Escritura na celebração litúrgica: dela são tirados os textos para as leituras, o canto dos salmos, as orações, devendo também os compositores beber das fontes bíblicas e litúrgicas para sua inspiração, sobretudo com relação ao texto. (Conferir SC, nr. 24 e 121).  Assim,  o método da Leitura Orante, que na sua origem foi um método litúrgico, já usado nas sinagogas judaicas, passou a ser usado na Liturgia cristã,  que é o lugar privilegiado onde a Escritura se torna Palavra, sacramento do Verbo, o Cristo vivo. Na liturgia, a comunidade proclama, escuta, aprofunda, reza, canta e atualiza a Palavra, que vai nos transformando, impregnando e se fazendo carne em nós. A música, como parte integrante da liturgia (SC), deve, portanto, ser também rezada e meditada, contemplada e atualizada na nossa vida.

É preciso fazer a experiência litúrgico-musical dos salmos e cantos que executamos em nossas celebrações: não basta cantar com a voz, como rito apenas, mas é preciso vivenciar os passos da leitura orante. Assim sendo, pessoalmente e como equipe: 1) Leitura:  leia o canto, preste atenção às palavras e à melodia,  procure entender sua função ritual, cante com o coração; 2) Meditação:  aprofunde o sentido, relacione com a liturgia, a vida pessoal e comunitária, compare com outros textos, atualize para o "hoje"; 3) Oração: deixe brotar sentimentos de gratidão e louvor, súplica e perdão, alegria e dor, compromisso e desejo de fidelidade à Palavra, no diálogo com o Senhor; 4) Contemplação: assim cantando e rezando, a partir do Ressuscitado,  nova luz se fará em seu ser e agir, comprometendo a vida na transformação pessoal, comunitária e social. Como viver isto na prática?... Aguarde o próximo artigo! Mas comece hoje a rezar a Palavra!   Consulte o excelente site  www.lectionautas.com se deseja saber mais, rezar e cantar melhor!

 
Ir. Miria T. Kolling

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A FUNÇÃO DO SALMISTA




Por ser de suma importância o ministério litúrgico do salmista, ele merece um artigo à parte. Tão importante quanto a do leitor, que proclama a Palavra de Deus, a função de cantar o Salmo Responsorial, após a primeira leitura, é também um gesto sacramental, sinal sensível da presença de Deus. É uma leitura-proclamação, que deve ser cantada de preferência, como um prolongamento meditativo da leitura proclamada.

 O salmista coloca-se a serviço de Deus, emprestando-lhe sua voz, sua comunicação, seus gestos, sua pessoa. E coloca-se a serviço da comunidade reunida em assembleia para ouvir a Palavra. 

Trata-se, portanto, de um conjunto de atitudes a serem assumidas por quem canta o salmo, para que seja expressão do Deus vivo que fala à comunidade, e ao mesmo tempo, resposta orante do povo à Palavra ouvida: o modo como se dirige ao ambão, seu olhar, seus movimentos, sua dicção, o tom e a modulação da voz, enfim todo o modo de cantar e de ser, toda a postura do corpo. Movido (a) pelo Espírito, o (a) salmista proclama com os lábios e o coração a mensagem do texto bíblico, para que o povo escute e acolha o que a Igreja lhe diz naquele dia.

 Da parte da assembleia, ela deve ter "os olhos fixos" em quem proclama cantando o Salmo (Lc 4, 20), sem acompanhá-lo, assim como as demais leituras, pelo folheto ou mesmo pela Bíblia. Ele deve ser proclamado do Lecionário Dominical, nossa "Bíblia Litúrgica", segundo Dom Clemente Isnard.

Dois são os modos de executá-lo:
 1) a forma responsorial, em que o salmista propõe o refrão, cantando-o sozinho, a seguir repetido pela comunidade, e cantando as estrofes, geralmente em forma livre, numa espécie de recitativo, ouvidas e acolhidas pela assembleia, que participa  no refrão;
 2) a forma direta, em que o salmo é todo cantado pelo solista, sem interferência nem participação da assembleia, que só escuta. De preferência seja usada a primeira forma, por promover uma participação ativa (canto) e passiva (escuta) da comunidade celebrante.
Em diversos encontros de liturgia e canto pastoral já foi colocada a seguinte questão: poderia o próprio instrumentista, lá do seu lugar, onde está o grupo de canto, tocar e cantar o salmo? Não é liturgicamente o mais adequado, primeiro, porque os documentos da Igreja insistem em que"Cada um, ao desempenhar sua função, faça tudo e só aquilo que pelas normas litúrgicas lhe compete." (Sacrosanctum Concilium). Salmodiar requer um dom especial e é um ministério próprio. Depois, porque o Salmo Responsorial deve ser proclamado do ambão ou da estante da Palavra, como as demais leituras.
 Algum instrumento que acompanhe o salmista, seja discreto e suave, servindo apenas de apoio, nunca se sobrepondo à mensagem do texto, que tem a primazia. Requer-se do salmista formação bíblico-litúrgica, espiritual e musical, bem como prática no manuseio do Lecionário e outros livros litúrgicos. "Cantar no Espírito" supõe preparação anterior, evitando-se a improvisação.
"Devemos cantar, salmodiar e louvar ao Senhor mais com o espírito do que com a voz ... O servo de Cristo cante de tal forma que não se deleite na voz, mas nas palavras que canta." (São Jerônimo)
*Ir. Miria Kolling é Religiosa da Congregação do Imaculado Coração de Maria, compositora da música litúrgica e religiosa, musicista, pedagoga, gravou mais de 30 trabalhos em LPs e CDs, como também livros sobre canto e liturgia
*Texto Gentilmente cedido pela Ir Míria Kolling

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Novo seguimento -Salmos

Prezados amigos bom dia!
A partir desta data, iremos postar dicas, orientações sobre musicas liturgicas,salmos e musicalizações que poderão ajudar nossos diversos amigos e muisicos de ministerios.
Então fiquem ligados!!!
Um abraço fraterno!

terça-feira, 14 de outubro de 2014

AFETIVIDADE:

DOMINIO DE TODAS AS EMOÇOES, SENTIMENTOS E ESPERIENCIAS SENSIVEIS.

                      Não precisa ser um psicólogo para saber que tudo que envolve sentimentos e emoção influencia direta e indiretamente a nossa missão como servos na Música, bem como em outras expressões artísticas também. Lidamos o tempo todo com os nossos sentimentos e dos outros e com eles não podemos brincar. Para tocar e cantar, por exemplo, precisamos cantar e tocar com o coração, mas vamos do começo.
                    Tudo que fazemos e executamos como missão na igreja reflete o que somos em casa de fato. Tudo começa lá onde encontramos muitas dificuldades, onde aprendemos a lidar com os nossos relacionamentos. Em casa é a nossa primeira escola e primeira Igreja, Igreja domestica. Lá aprendemos desde o berço que precisamos viver e conviver bem com os nossos. Em casa somos testados o tempo todo, teste de caridade, teste de paciência, tolerância, amor. Quando não passamos no teste, as coisas para o nosso lado dificultam bastante porque, o que precisamos desempenhar na igreja necessita de atitudes verdadeiras. Muitas vezes vamos ao grupo de oração ou à Missa com o coração despreparado, arriscamos todo um trabalho preparado em grupo ao fracasso quando assumimos um microfone, um instrumento ou uma condução de oração, abalados emocionalmente ou contrito. Talvez, por causa de uma simples discursão, um desentendimento em casa e mal resolvidos, erramos  em não perdoar ou pedir perdão. Uma falta de unção começa ali quando perdemos a oportunidade de pedir perdão ou perdoar, insistimos numa fortaleza que não temos e confiamos nas forças pessoais ou no que podemos fazer.  Agindo assim pergunto: como então poderemos incentivar e motivar uma assembleia com a nossa música se dentro de nós estamos desequilidados emocionalmente e precisando de reparos, de oração?
                            Se estamos de alguma forma sem condições espirituais ou emocionais, devemos primeiro perdoar, depois pedir alguém que reze por nós,  para então, sentindo o nosso coração confiantes no Senhor, pegar um microfone ou um instrumento pra tocar.        
               
                            Somos naturalmente carentes de amor, todas as buscas sejam elas, certas ou erradas do ser humano, são para suprir esta necessidade de carinho. O interior do homem é tão grande que em sua extensão e o seu tamanho somente Deus pode preenchê-lo . 

                          Eu costumo dizer que ninguém vai a Igreja por roby, todos os irmãos que se sentam naqueles bancos estão em busca de algo, de uma resposta de Deus, uma cura para os seus sentimentos, emoções em suas vidas. Temos a missão de contribuir e transmitir este recado de Deus, mas para isto precisamos estar controlados emocionalmente.

    Vamos refletir?

Ø  CARATER- Não sejamos pessoas de duas caras, uma em casa, outra na igreja. Sejamos autênticos COM ATITUDES verdadeiros.
Ø  DIALOGO E CONVERSA- Nos desafios dos nossos relacionamentos, seja em casa ou onde for, que possamos tratar e resolver com dialogo respeitável, valorizando a pessoa do outro.
Ø  CARINHO- Já que isto é uma carência, antes de querer, vamos oferecer, muitas vezes um sorriso desarma qualquer situação, um beijo ou um abraço quantos de nós já precisou e ainda precisamos né? O que eu quero pra mim que eu possa fazer pro outro!
Ø  CORDIALIDADE E SIMPATIA - Sejamos simpáticos, agradáveis aos outros. Claro que podemos não estar 100% alegres, mas ser simpático e cordial é uma virtude de gente de Deus.
Ø  ATENÇÃO E PACIÊNCIA- Como podemos contribuir com nosso irmão dando-lhe a atenção e ter a paciência em ouvi-lo, muita gente nos procura simplesmente para desabafar e ser descarregar das angustias ou desilusões da vida. Parar para ouvi-los é praticar caridade também.
Ø  SINCERIDADE – Cuidado para que a nossa sinceridade não venha recheada de gestos estúpidos e ignorantes, estes gestos demonstram claramente que precisamos de ajuda para trabalhar o nosso comportamento e o nosso emocional. 
Ø  DEPRESSÃO- Fiquemos atentos para esta doença que, infelizmente muito dos nossos que caminham conosco vivenciam, talvez por nosso desconhecimento não percebemos o grito silencioso do nosso irmão. Outras vezes ainda, somos nós que passamos por situações depressivas. Dependendo da situação, depressão precisa ser tratada e acompanhada por um médico.

Existem outros diversos assuntos relacionados á afetividade que poderíamos partilhar, mas vou parar por aqui. Espero ter contribuído para uma reflexão quanto a nossa afetividade. Sei que este assunto é amplo e que não abordei de forma técnica mesmo porque não sou profissional da área como mencionado anteriormente. Em breve votamos com estes e outros assuntos.
Um abração!

Zé.

terça-feira, 29 de abril de 2014

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Família: lugar da experiência de Deus




As dificuldades que as famílias enfrentam para educar seus filhos na fé, face ao individualismo e o relativismo que o mundo moderno propõe, preocupam a Igreja, tanto que a Semana da Família no último ano, teve como tema “A Transmissão e Educação da Fé na Família”.

As pessoas desejam apenas atender os próprios anseios, criam seus critérios, acreditam em verdades individuais e que Deus que deve obedecer a interesses particulares.
Pe. Luiz Cézar Antunes
Lagoa Santa/MG
 O que se espera é que a família cristã, apesar das dificuldades, procure formar seus filhos numa visão humanista, educando-os para a vida comunitária e fraterna.
 A boa educação cristã deve se embasar no amor que aceita e respeita a dignidade de cada filho como indivíduo; deve saber distinguir um filho do outro, educando-os para a honestidade e responsabilidade.   Cabe aos pais a formação integral dos filhos, cuidando com coragem, força e docilidade da integridade física, moral e espiritual deles. 
Os filhos precisam sentir segurança e confiança nos pais. O diálogo aberto, a paciência diante das constantes mudanças na vida das crianças e dos jovens e os elogios devem fazer parte da convivência familiar.

Os pais cristãos devem se convencer de que a tolerância, o respeito pelo outro, a esperança de transformação e a prática da caridade se aprendem em casa, pelo testemunho dos pais.

A incoerência é a grande inimiga da educação familiar. Quando se deseja educar para os  valores humanos e cristãos é necessário ocupar-se da tarefa de educar; para isso os pais precisam ser presença afetiva e efetiva para seus filhos. Os filhos aprendem com o que veem, muito mais do que aquilo que escutam.

A família é o lugar onde se conhece Deus, aprende-se a amá-lo e amar o próximo. Nela, os valores do Evangelho devem ser anunciados e testemunhados.  São valores eternos. Eles permanecem mesmo com as grandes mudanças na educação.

O respeito nas relações entre as pessoas, os valores da fé, a obediência e o amor a Deus e aos pais não podem mudar. A autoridade sobre os filhos não pode sair de moda, é um direito e um dever dos pais. As famílias devem celebrar as manifestações afetivas como forma de criar um ambiente cristão e saudável em casa. Afeto nunca sai de moda.

Apesar da disciplina familiar ter sofrido transformações e da convivência familiar ter mudado, em virtude de cada membro da família, é necessário o respeito pela individualidade de seus membros. Dar liberdade para as opiniões serem manifestadas e ouvidas é excelente prática familiar, assim como se faz necessário que os pais tenham segurança e consistência para orientar os filhos.

Sempre é tempo de reunir pais e filhos para rezar e fazer uma revisão da vida familiar. É necessário criar as condições propícias para que a experiência da Igreja Doméstica seja um testemunho vivo na comunidade de fé.



E-mail recebido por nossa amiga- Sônia Menezes-Venda Nova/BH