quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

PARA REFLETIR!

     Gostaria de começar esse artigo com duas perguntas: Existe amizade entre músicos católicos? Qual critério você usa ao convidar outro músico, ou banda para tocar com você?

        Certa vez, partilhando com um amigo que também é músico e tem seu trabalho individual, me dizia que se sentia uma ameaça a outros músicos. Pode soar estranho, mas faz sentido. Ele é um excelente músico e bem reconhecido aqui de Belo Horizonte, e confesso que tocar com ele, ou depois dele, é bem constrangedor, se olharmos apenas do ponto de vista musical. Ele é dono de uma bela voz, ótimo compositor e toca um violão como ninguém. Quer seja apenas com seu violão ou com uma banda é realmente muito bom no que faz. E o mais importante, domina bem a arte de ministrar o louvor. Qualquer músico ficaria “constrangido” em tocar depois de sua apresentação. Porém, sabemos que cada um tem seu dom, seu chamado e temos sempre uma característica única. Todo músico tem outro músico o qual ele/a admira. Esse músico pode estar tão próximo dele, como distante. Eu tenho vários amigos aos quais eu admiro. Sei que alguns deles são bem mais técnicos, mais profissionais do que eu, mas isso não significa que não tenho valor. Eu sou bem ciente de minhas qualidades e não estou aqui para fazer competição com ninguém. Desde há muito tempo vimos aprendendo que a música é apenas um pretexto. A mensagem que é transmitida, ou seja, a palavra de Deus, essa sim é mais importante. Portanto meu irmão, minha irmã, se você é uma pessoa de oração, certamente seu ministério dará frutos.
Pense um pouco como são os “shows” de evangelização à nossa volta. Em geral, deixamos para a última apresentação aquela banda que “julgamos” ser a mais importante, ou mais conhecida. Por isso ainda hoje, por incrível que pareça, existem músicos que “brigam” por ser a última banda, ou pior, lutam para cantar e tocar nos horários que, provavelmente, haverá mais gente. Simplesmente para ter o prazer de colocar em seus “currículos” musicais que já cantaram para tantas mil pessoas. Ou dizer que o ginásio estava lotado para vê-los.
A grande maioria dos músicos, especialmente aqueles que possuem um trabalho mais profissional, que já tem um CD gravado, compositores, quase sempre estão preocupados em mostrar “suas” músicas, divulgar “seus” CDs, DVDs, etc. Quando no muito se permitem cantar a canção da “moda”. E ainda mais, raramente chamamos um convidado “especial” simplesmente pelo fato de nós o considerarmos especial. Se não for um convidado “famoso”, preferimos seguir sozinhos. Será que realmente meu irmão músico o qual eu tanto admiro é um sinal de ameaça para mim? Será que realmente o admiro, ou tenho “inveja” dele. Cada um julgue a si mesmo.
Lembro-me, ainda de um show de evangelização ao qual eu fui convidado, e dentre as quase 10 bandas convidadas, mais da metade estavam “discutindo” para ver qual delas iriam cantar “Ninguém te ama como eu”, por ser a música do momento, e a grande maioria das bandas tinham essa música em seu repertório. O mais interessante ainda são os argumentos que cada uma dava para justificar que ela teria que tocar essa música. “nós ensaiamos muito”, “o nosso vocalista canta igualzinho ao original”, contratamos um saxofonista para fazer o solo dessa música” e tantos falsos argumentos. É realmente surpreendente como somos limitados na hora de fazer um repertório e parece não haver músicas suficientes para tocarmos.
Deixo aqui então um desafio para todos nós. Da próxima vez que pensarmos em convidar alguém, que tal pensarmos naquela pessoa que tem sido um exemplo de ministro de música para nós, indiferente se é “famoso” ou não. Lembremo-nos das palavras de Jesus: “...quando convidar alguém para o banquete, convide aqueles que não poderão lhe retribuir...(Lc14, 12-14).

A paz esteja com todos!
Daniel Fernandes

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Muita criatividade nessa hora!