quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

DANIEL FERNANDES EM FOCO- "Eu sou realmente chamado a ser ministro de música?"

                        Uma pergunta difícil de responder, bem como ousada de se fazer. Mas uma pergunta que cada um de nós, que assumimos esse “chamado”, devemos nos perguntar a cada dia.
Primeiramente, é de fundamental importância relembrar o que a Igreja considera “Ministério”. A palavra Ministério significa “Serviço” e é geralmente usada para função dentro da Igreja às quais, alguém foi preparado e empossado, e que tenha a aprovação de um Bispo. Dentro do contexto “carismático” esse termo teve sua aplicação ampliada. Lembro-me ainda do tempo das diversas Secretarias criadas pela Renovação Carismática, cada qual com seu “chamado”, seu ministério.Secretaria Marcos (jovens), Secretária Moisés (Intercessão), Secretaria Davi (música) etc..
“...Deus vê o coração, o homem vê a aparência (Sam 16, 7). Um dos grandes equívocos dos músicos católicos, sobretudo daqueles que empresariam músicos cristãos, é que eles insistem em ver o músico cristão com o mesmo olhar humano, apenas por suas qualidades técnicas, vocais, instrumentais e lucrativas. Lembremo-nos que Deus sempre andou na contramão dos fatos. Quando foi chamar um profeta para libertar seu povo da escravidão, chamou a Moisés, um homem já de idade avançada e ainda por cima, gago. Quando Deus buscou um Rei para ungir e guiar seu povo, elegeu a Davi, um jovem pastor de ovelhas, e quando Deus veio libertar seu povo das trevas do pecado, veio humilde como uma criança e pregou um Reino de Amor e não montado em um cavalo branco de raça empunhando uma espada.
Tudo que temos, que somos, é dom gratuito de Deus, e muitas vezes, esses dons podem, e devem, ser aperfeiçoados, através de aulas específicas, de acordo com a arte que cada um atua. Porém um músico Cristão é forjado na oração, na intimidade com Deus, na experiência vivida ao largo de sua vida. Deus respeita o processo de cada um dos seus filhos.
Todos nós somos providos do dom do discernimento e muitas vezes temos um retorno imediato do nosso trabalho. Um músico que sempre recebe elogio devido a sua bela voz, por mais que ele(a) seja humilde, esse músico se dará conta que Deus lhe deu uma voz que agrada a todos. Assim acontece com um bom instrumentista. Em Provérbios encontramos: Que seja outro que te louve, não a tua própria boca; um estranho, não teus próprios lábios”. (Pr 27,2)”. Em outras palavras, não sou eu quem defino se sou ou não chamado, se tenho ou não vocação, é o outro, é o próximo. Mas sou eu quem decido como viverei minha vocação, se quero servir a Deus ou apenas ser mais um CD na estante de uma loja à espera da “Fama”. É certo que a palavra nos diz no Evangelho de Mateus: A messe é grande, mas pouco os trabalhadores. Rogai, pois, ao Senhor da messe que envie mais operários... (Mt9,37-38). Mas apesar dos inúmeros músicos e bandas que surgem a cada dia, será que todos realmente estão atendendo ao chamado do Senhor da messe?
O simples fato de eu ter carteira de habilitação, não faz de mim um instrutor de autoescola. Nem todo Norte-americano é professor de inglês, apesar de falarem fluentemente o idioma. Assim acontece com a música, o fato de eu ser afinado, saber tocar um instrumento, não necessariamente implica que eu sou chamado a ser ministro de música.
Portanto eu e você não somos ungidos, simplesmente porque nosso cantar é o mais belo e o nosso tocar o mais técnico. Nós seremos ungidos quando limitados, imperfeitos, pequenos, em pecado, e ainda assim Deus operar maravilhas através de nós, conseguirmos dizer: “... Somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer.” (Lc 17,10).
Que Deus nos fortaleça hoje e sempre!
Daniel Fernandes


Daniel Fernandes foi convidado a postar artigos com orientações e
dicas para Equipes e Ministérios de Música no nosso blog. Futuramente teremos mais
artigos deste e de outros irmãos. 
Muito obrigado pela contribuição Daniel!
 Um abraço!
  Zé

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Muita criatividade nessa hora!