quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Beata Elena Guerra - Precursora da RCC

No fim do século XIX, a Beata Elena Guerra, fundadora das Irmãs Oblatas do Espírito Santo, em Lucca, Itália, pediu insistentemente ao Papa Leão XIII para reconduzir a Igreja ao Cenáculo. De 1895 a 1903, a Irmã Elena, movida pelo Espírito Santo, escreveu doze cartas confidenciais ao Papa pedindo-lhe uma renovação da pregação sobre o Espírito Santo.



Nos seus diferentes escritos ao Sumo Pontífice, ela exortava-o a convidar os fiéis a redescobrir o que é uma vida vivida sob a acção do Espírito Santo. Na sua oração, ela pedia uma renovação da Igreja, a unidade dos cristãos, uma renovação da sociedade e por isso mesmo “uma renovação da face da terra”.




[beata_elena22.jpg]No seu coração, havia a ideia de um Pentecostes permanente; dizia ela:

O Pentecostes não terminou; de fato é sempre Pentecostes em todos os tempos e em todos os lugares, porque o Espírito Santo deseja ardentemente dar-se a todos os homens e, aqueles que o desejam, podem recebê-lo sempre; portanto não temos nada a invejar aos Apóstolos e aos primeiros cristãos; nós só temos que nos dispor, como eles, a recebê-lo bem e Ele virá a nós como veio a eles.



Para pedir esta renovação, a Irmã Elena teve também a idéia de um movimento mundial de oração segundo o modelo do Cenáculo de Jerusalém, onde Jesus celebrou a última Ceia.




Exatamente onde no dia de Pentecostes, Jesus cumpriu a sua promessa de enviar o Espírito Santo, enquanto cento e vinte pessoas, entre as quais os Apóstolos e Maria, Mãe de Jesus, estavam reunidos em oração incessante. A Irmã Elena declarava:


“Oh, se de todos os lugares da cristandade, se pudesse elevar ao Céu uma oração tão unânime e fervorosa como a do Cenáculo de Jerusalém, para reacender o fogo do Espírito Divino!”



Incitado pela Irmã Elena, Leão XIII publicou vários documentos importantes sobre o Espírito Santo. Primeiro, em 1895, escreveu uma Carta Apostólica, Provida Matris Caritate, a qual terminava pedindo aos fiéis para rezarem uma novena solene (9 dias de oração) ao Espírito Santo, entre as Festas da Ascensão e do Pentecostes, suplicando a unidade dos cristãos. Houve um segundo documento em 1897, uma Encíclica sobre o Espírito Santo, Divinum Illud Munus, que terminava também convidando os fiéis a lembrarem-se da novena solene que tinha sido pedida em 1895. Declarava que a novena não era para ser limitada a um único ano, mas que devia ser uma novena perpétua, celebrada cada ano entre as Festas da Ascensão e do Pentecostes e sempre com a mesma intenção: a unidade dos cristãos.



Quando olhamos para os inícios da Renovação Carismática Católica em 1967, dois anos após o final do Concílio Vaticano II e setenta anos após a Encíclica de Leão XIII sobre o Espírito Santo, recordamo-nos muitas vezes das palavras de João XXIII que, na preparação do Concílio Vaticano II, pediu a todos os fiéis que rezassem por “um novo Pentecostes”. Além disso a primeira pessoa a ser beatificada por João XXIII foi a Irmã Elena Guerra a quem ele chamou “uma Apóstola do Espírito Santo” para os nossos dias.



“Renova as tuas maravilhas no nosso tempo, como num novo Pentecostes. Concede à tua Igreja que, num só coração, seja assídua à oração com Maria, Mãe de Jesus, e sob a condução do bem-aventurado Pedro, possa avançar o reino do nosso divino Salvador, reino de verdade e de justiça, reino de amor e de paz. Ámem.”

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